SOS

A solidão é azul , já dizia Dary Jr. Talvez seja por isso que eu tenha visto tanto azul hoje pela manhã. O Will , meu amigo fiel escudeiro diabético , esteve no hospital estes últimos dias. Internado , mais precisamente , por culpa de uma hipoglicemia causada pela diabetes. Ele pegou a doença quando a gente era moleque , ele tinha uns nove anos , mais ou menos. Mas não era por menos , já que o cara só comia pão com manteiga. É. Hoje ele vive normalmente , apesar das puxadas de orelha da mãe , que ele tem que comer de três em três horas e precisa tomar a insulina e tal , e deste que vos fala - que tem que dar umas puxadas de orelha pra não ouvir sermão da mãe dele.

Mas ele esteve no hospital. E praticamente falando , ele é a única pessoa com quem eu estou sempre conversando na escola. E estes últimos três dias foram um martírio , olhando para os lados e só vendo idiotas. Fiz até um versinho à moda Violins , do tipo:"Se eu tivesse que matar/todos os idiotas/num raio de dez metros/um genocídio em massa/eu seria condendado/e nunca mais veria a luz do sol". Tá , de quarenta e três da minha sala , se dez se salvam do genocídio é muito.

E ligando o nome ao post , "SOS" é uma canção dos Violins , banda de Goiânia que fez um dos grandes discos de 2005 , "Grandes Infiéis" , um mural de pecados , confissões e guitarras distorcidas com as belas letras de Beto Cupertino.

"eu sei, tudo é fácil se eu fingir
que você é meu S.O.S."