O que realmente está acontecendo comigo? A falta de alguém pra pensar nas noites frias - e eu realmente odeio esse frio - é algo que faz minha vida de certa maneira mais triste. Porque quando eu gosto de alguém , eu posso ficar triste por não ter esse alguém , mas pelo menos eu tenho um objetivo na vida - ter essa pessoa. Mas quando essa pessoa não existe , a vida fica ainda pior - pois não existem objetivos. (atalho clichê base)
E é nesas malditas horas que aparecem gurias muito bacanas na minha frente , mas eu acabo dando em cima de todas elas e nunca acontece nada , porque eu mesmo não entendo o que estou fazendo. "Ei , seu idiota , esse não é você!".
E eu preciso de referências , de coisas palpáveis pra me agarrar. E eu encontro então a voz desses negros maravilhosos e suas canções de lamento - lamento de solidão , lamento da destruição do mundo , lamento pela nostalgia de tempos que já se foram. Marvin Gaye me dá as referências para as questões - o que está acontecendo , irmão? - e tenta me dar as respostas. Al Green se lamenta de estar cansado de estar sozinho - e de fato eu me identifico com ele , mas ele não parece realmente ter sido um cara sozinho. Roberta Flack canta como se fosse o último canto de sua vida , por um cara que disse adeus de uma maneira estranha.
Pode parecer hipócrita , e de fato é , buscar a salvação na música de uma cultura que é tão distante da minha. (atalho clichê nº1) Mas o sofrimento desses caras é maior do que os meus - a voz deles traz na alma a dor da escravidão , dos maus-tratos , da saudade da terra natal. E saber que tem alguém que é capaz de extrair genialidade desse sofrimento é um tipo de inveja boa.
Porque o meu sofrimento só gera noites mal-dormidas , na frente dessa tela de computador , tentando achar alguma pessoa onde eu possa desabafar , algo com o que eu possa me distrair. E eu sempre volto a este bloco de notas - o melhor amigo do adolescente neurótico moderno. Ele não reclama , ele não vê meus erros de gramática , ele não se importa em ser totalmente deletado e reiniciado. E ele não pede explicações nem coerência às dez horas e quarenta e um minutos da noite de um domingo que começou muito cedo. (atalho clichê nº2).
Atalhos clichês. A vida está cheia deles. Essa é uma teoria que eu cultivo com certo carinho: a vida é baseada em clichês. O clichê de gostar de alguém pelo gosto musical , o clichê de acreditar que todo corintiano é maloqueiro , o clichê de falar que os Beatles foram os melhores - e de fato eles são , mas precisa-se ficar repetindo isso toda hora?
Velhas idéias são reaproveitadas sempre. Este último parágrafo é reaproveitado de uma carta de amor a uma guria que hoje eu já nem tenho mais amizade. Ou até devo ter alguma , mas se tenho , não quero mais. A poesia agora vive numa lata de lixo - e esta frase é uma cortesia de mais uma banda independente que só eu julgo conhecer nesta terra.
Aliás , é impressionante a mudança de valores na minha vida. Há duas semanas , pessoas legais são odiadas hoje. Um cara que parecia ser um bom amigo revelou-se um rival em potencial. Ele tem a guria que todo mundo quer nas mãos , mas suas preocupações acadêmicas passam por cima dela. E meu deus do céu , só os idiotas ou os muito seguros de si mesmos deixariam um amor pra ir atrás de preocupações acadêmicas. Elas , sem dúvida , não trarão a felicidade. Podem trazer realizações pessoais , mas não trazem felicidade.
E como tudo neste mundo está ligado , eu volto ao início do texto , onde eu digo que não consigo achar ninguém. Já dizia o maestro soberano que "é impossível ser feliz sozinho". A felicidade é o grande amor , maestro? Mas o grande amor não é aquele que não dá certo , Dary? Logo , a felicidade é algo que não dá certo? (é nessa hora que eu odeio silogismos). Quem dos dois estará certo? Eu gostaria de acreditar no maestro , mas a minha história não me deixa acreditar nele.
É nessas horas que eu devo desligar o computador. Quando eu entro em contradição. Amanhã é segunda , e graças a deus não tem prova , mas é dia de acordar cedo e ver os mesmos personagens de sempre. Boa noite.
domingo, maio 27, 2007
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8 comentários:
diga o q disserem
o mal do século é a solidão...
todos estão em busca da cara metade.
querer é poder.
/(,")\\
./_\\. Beijossssssssss
_| |_.................
Fofuxo Lindo! É só a adolescencia! Passa, vem outras fases, passam. E não adianta ter pressa. Porque algumas duvidas se exclareceram e outras virão. E que bom que o ser humano é assim! Imagine a chatisse de ter certeza de tudo. Menino Mutante, vai em frente, um passo de cada vez, e traduzindo tudo isso numa musica eu diria (NÓIS TRUPICA MAIS NÃO CAI...) kkkkkkk Grande abraço!
Você anda escutando Peter G demais! Vai dançar um pouco ao som do Mika que vai chover de gatinha na sua horta!! :-)
Beijo!
É Mut, essa solidão está no coração de muitas pessoas... e confesso que já sofri muito com isso... hoje em dia to muito mais bem sossegada!!! Bjokas!!
Bah! Tu tá chorando mais do que Coldplay e Travis juntos.Tá HARD!
Bruno, nem adianta dizer que "na vida tudo é passageiro menos o motorista e cobrador". Mas isso é verdade verdadeira. Não lembro de ter passado a adolescencia com tantas dúvidas. Mas outros passaram. Curta sua solidão, seu baixo astral, suas desilusões. A experiencia ds outros não serve. Tem que ser a sua.
Liliane
Conselho de amigo,MC: não se apegue a belas palavras ou ditados prontos. A FELICIDADE é diferente para cada um de nós. Não existe fórmula pronta.
E pode ter certeza que ela aparece.
Abração!
É isso meu caro padeiro, somos sempre os mesmos, não importa quanto tempo passe. O ser humano é este emaranhado de sentimentos, velhos e novos, antigos e recentes, tudo junto neste liquidificador chamado mente, batido e mandado para o coração, onde tudo é tão cheio que o faz explodir de dor ou de alegria, aproveite cada segundo e curta o que ´pe preciso curtir, mas lembre-se "o que é ruim a gente joga fora" Se não te serve nãop recisa deles.... UM grande abraço e siga em frente a conteça o que aocntecer!
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